🌟 O Suspiro das Estrelas

No alto do céu, bem depois da manhã,
Morava uma estrela chamada Lian.
Pequenina e dourada, brilhava em paz,
Mas ao fim do dia… bocejava demais!

— Haaaam… — fez um suspiro longo e brilhante,
Tão doce e tão calmo, tão leve e constante,
Que voou pelo espaço, sem pressa, gentil,
Tocando as nuvens num sopro sutil.

O suspiro desceu, feito pluma no ar,
Chegou na floresta, bem devagar.
Passou pela toca do sapo cantor,
Que dormiu no charco, sem alvoroço ou clamor.

Encostou na orelha da lebre pulante,
Que cochilou no meio do instante.
Embalou o ninho da passarinhada,
Que dormiu em silêncio, de asa fechada.

O suspiro beijou o filhote de urso,

Fez cócega mansa no seu focinho curto.

Ele suspirou, bem aconchegante,

E sonhou com mel num campo distante.

Borboletas dormiram em flor perfumada,
Besouros pararam a dança animada.
Até o riacho, que corre sem fim,
Foi bocejando até dormir, enfim.

E a estrela, no alto, piscava contente,
Vendo seu suspiro tocar tanta gente.
Ela bocejou mais uma vez, sem temor,
E outro suspiro saiu com amor.

O novo suspiro cruzou a janela,
Entrou no seu quarto, passando por ela…
Fez cócegas leves no seu coração,
Deu um abraço de puro algodão.

Você sentiu? Que vontade de fechar os olhinhos…
Se aninha na cama, deita bem juntinho.
Boa noite, estrelinha da Terra brilhante.
Que seus sonhos sejam doces, calmos… e flutuantes.