Nina e a Escova Voadora

Nesta história delicada e divertida sobre autonomia e cuidado pessoal, Nina, uma garotinha cheia de personalidade, não gostava de escovar os cabelos. Mas tudo muda quando ela descobre que esse momento pode ser leve e divertido. Com imaginação e afeto, a história mostra como pequenos rituais do dia a dia podem fortalecer a autoestima e ensinar as crianças a cuidarem de si com carinho.

Nina era uma menininha alegre, cheia de cachinhos dourados e curiosidade no olhar.
Mas tinha uma coisa que ela não gostava nem um pouquinho…

— Escovar o cabelo? Ai, que tarefa chata! — dizia, cruzando os bracinhos.
Todo dia era a mesma novela. Escova pra lá, choro pra cá, um fiapo de drama e muito “não quero!”.

Até que, numa manhã bem diferente, enquanto Nina olhava pela janela, ouviu um som esquisito:
Zuuuum, zuuum, zuuum!

Algo pousou bem no meio do seu quarto. Era… uma escova de cabelo! Mas não era uma escova comum.
Era cor-de-rosa brilhante, com asas douradas e um botão piscando.

— Oi, Nina! Eu sou a Escova Voadora! — falou, com uma voz doce. — Vim para transformar sua manhã em diversão!

Nina arregalou os olhos. A escova flutuava no ar, fazia piruetas e até soltava glitter quando girava.

— Mas… você fala? E voa?

— Claro! E sei domar até os maiores nós! Quer tentar?

Nina ainda estava desconfiada, mas deixou que a Escova Voadora se aproximasse.
Ela tocou seus cabelos com cuidado — sem puxar, sem doer, só carinho e magia.

— Viu como pode ser gostoso? — disse a escova, fazendo cócegas em seu ombro.

Enquanto a escova deslizava suavemente pelos fios, Nina fechou os olhos e deixou a imaginação voar.
Em sua mente, ela se viu com uma trança longa como a de uma princesa em um castelo cheio de flores.
Logo depois, virou uma astronauta se olhando no espelho do foguete, ajustando o capacete por cima dos cabelos bem penteados.
E, no instante seguinte, deu risada ao imaginar um polvo vaidoso, escovando cada tentáculo com um pente diferente!

Nina abriu os olhos com um sorriso bobo no rosto.

— Eu posso ser tudo isso?

A escova girou entre seus dedos, como se estivesse dançando.
— Pode ser o que quiser, menina dos cachinhos curiosos — respondeu a voz da sua imaginação.

Dessa vez, foi Nina quem segurou a escova com firmeza.
Passou nos cabelos com cuidado, com gosto.
Colocou um laço lilás bem no topo da cabeça e se olhou no espelho.

Sentiu um calor bom no peito.
Sentiu-se forte.
Sentiu-se linda.
Sentiu-se capaz.

Antes de correr para brincar, deu um beijo rápido na escova e disse baixinho:
— Obrigada por me mostrar que cuidar de mim pode ser tão legal.

E então ela saiu, saltitando pelo corredor, com os cachos soltinhos e o sorriso cheio de brilho.
A escova ficou ali, quietinha no potinho…
Mas agora, toda vez que Nina a pegava, já sabia: aquele era o seu momento de brilhar.