As Estrelinhas Bailarinas

Lá no céu de veludo e cetim,

o silêncio sussurra: um soninho, enfim.
A noite chegou, num véu prateado,

com vento macio e céu estrelado.

No quarto quietinho, está Mariana,
com os olhinhos abertos, na ponta da cama.
— Mamãe, tem sombra ali no cantinho…
— Calma, meu bem, vem mais um carinho.

Então, lá no céu, bem alto e distante,
uma estrela brilhou, dançando elegante.
Rodopiou devagar, em passo encantado,
feito bailarina no palco estrelado.

Outra surgiu, de vestido dourado,
desceu bem baixinho, num passo ensaiado.
Girava no ar com tanta doçura,
que até o silêncio virou ternura.

Mariana sorriu, sem nem perceber,
que o medo escorria, sem querer.
— Mamãe, as estrelas estão a dançar!
— São bailarinas que vêm te ninar.

Com sapatinhos de luz e luar,
as estrelinhas vieram brilhar.
Fizeram piruetas no céu acolhedor,
trazendo à menina um sonho encantador.

Uma bailarina parou bem no teto,
mandou um beijinho num gesto discreto.
E no coração de Mariana, então,
nasceu uma calma, como uma canção.

— Não tô mais com medo, pode apagar…
quero ver mais estrelas a bailar.
A mamãe sorriu, fez um carinho,

beijou-lhe a testa, bem de mansinho.

No céu, o balé seguia a brilhar,
com nuvens fazendo cortina no ar.
Mariana dormia, embalada em carinho,
com as estrelinhas dançando baixinho.

E lá no escuro, tão cheio de cor,
o medo virou paz, ternura e amor.
Pois toda criança, no mundo inteiro,
tem uma estrela com brilho verdadeiro.