🌬️ O Vento Que Colecionava Cheiros
Lá no alto, bem leve, vivia o Ventinho,
 Brisinha curiosa, sem rumo, sem ninho.
 Ele adorava voar devagar,
 E cada dia, um cheiro buscar.
Na segunda-feira, bem cedo, cedinho,
 Sentiu o cheiro da terra e do pinho.
 Era cheiro de chuva no chão do quintal,
 Tão úmido, forte… e sensacional!
Na terça-feira, sobrevoando um telhado,
 Cheirou pão quentinho, recém-assado.
 “Hmm, que delícia!” — disse ele, animado —
 E seguiu seu caminho, bem perfumado.
Na quarta-feira, no jardim a brincar,
 Sentiu cheiro de flor no ar.
 Rosa, jasmim, lavanda e alecrim…
 Ventinho rodou e dançou no jardim.
Na quinta-feira, foi até uma escola,
 E o cheiro que veio foi de cola e de bola.
 Mas o que o deixou mesmo encantado
 Foi o cheirinho de livro recém-folheado!
Na sexta-feira, em um pomar distante,
 Cheirou fruta madura, suculenta e vibrante.
 Manga, melão, banana e mamão…
 Espirrou de alegria com tanta emoção!
No sábado, sentiu tudo ao mesmo tempo:
 Fruta, flor, pão, terra, cimento…
 Ficou tonto, rodando, um pouco cansado.
 “Ufa! Cheiro demais! Estou atrapalhado!”
No domingo, Ventinho buscava descanso,
 E encontrou no sofá um colinho manso.
 Ali, bem quietinho, sentiu o melhor:
 O cheiro do abraço, quentinho e maior.
Cheiro de colo, de pausa, de amor,
 Do tempo que passa sem pressa ou clamor.
 E assim, suspirando, virou brisa serena,
 Que embala os soninhos com calma e sem pena.
Se hoje você sente um cheirinho no ar,
 É o Ventinho que veio te ninar.
 Feche os olhinhos, respire bem fundo…
 E sonhe com cheiros do céu e do mundo. 🌙
