Uma narrativa leve e engraçada que mostra como a esperteza pode ser uma grande aliada, incentivando a confiança e a criatividade dos pequenos

Na beira do lago, no canto da mata,
Morava a Rita, uma rãzinha sensata.
Pequenina, verdinha e cheia de ação,
Mas todos pensavam: “Ih, que fácil refeição!”

Logo chegou o Jacaré Abobalhado,
— “Te achei, Ritalita, que almoço encantado!”
Mas Rita, esperta, falou sem pensar:

“Vai arriscar? Que bobagem sem par!
Eu sou a amiga do Crococaco,
Um monstro grandão, que anda de taco!
Com dentes de pedra, três olhos de gelo,
E que adora jantar jacaré bem amarelo!”

O jacaré tremeu da cabeça ao pé…
— “Desculpa, Rita, vou sair de ré!”

Na sombra da moita, apareceu a Onça Listrada,
Com passos macios e unha afiada.
— “Uma rã saborosa, e bem pequenina…”
Mas Rita pulou, firme na esquina:

“Não me devore, dona onça querida,
Ou o Crococaco vai mudar sua vida!
Ele come onça frita com mel,
E assa a cauda no céu de papel!”

A onça sumiu sem nem olhar pra trás.
E Rita sorriu: “Assim é que se faz!”

Então veio a Jiboia Curiosa,
— “Você parece uma janta gostosa!”
Mas Rita pulou com um salto perfeito:

“O Crococaco me espera no leito!
Ele engole cobras como espaguete,
E usa seus anéis pra fazer tapete!”

A jiboia se encolheu, deu meia-volta ligeira…
E Rita? Foi rir escondida na bananeira.

Mas… de repente, com passos pesados,
Surgiu um monstro de olhos esbugalhados!
Pelos eriçados, baba no queixo…
Três olhos, um taco e um rabo sem jeito.

A rã ficou muda, parou de inventar.
O Crococaco existe?! Vai me devorar?”

Mas o monstro falou:
— “Você é a Rita?
Aquela que dizem ser forte e bonita?
A que espanta cobras, onças e jacarés?
Posso ser seu fã? Eu trouxe uns picolés!”

E assim, bem felizes, rã e monstrão,
Tomaram sorvete e cantaram canção.
A floresta inteira aprendeu com a dita:
Ninguém mexe com a Rita!