🌙 A Lua e o Sabiá
Lá no alto do céu, bem depois do luar,
 morava a senhora que amava brilhar.
 A Lua sorria com ar de ternura,
 e acalmava o mundo com luz tão pura.
Lá na copa alta de um jequitibá,
 vivendo tranquilo, cantava um sabiá.
 Toda noite ele entoava uma linda canção,
 que embalava a floresta com o som do coração.
— “Boa noite, Lua!” — o sabiá dizia,
 e a Lua, contente, logo respondia.
 — “Boa noite, amigo, cante devagarinho,
 para que o mundo durma bem quietinho.”
O vento soprava bem leve, no chão,
 as folhas dançavam com tanta emoção.
 E o sabiá, com seu tom encantado,
 cantava baixinho, num ritmo delicado.
Animais da floresta iam repousar,
 nos ninhos, nas tocas, prontos pra sonhar.
 O grilo parava, o lobo bocejava,
 a coruja piscava e a noite chegava.
A Lua, encantada com a doce melodia,
 brilhava mais forte em pura harmonia.
 E juntos, no céu e no galho a cantar,
 faziam o mundo inteiro sonhar.
Borboletas de sonho dançavam no ar,
 estrelinhas vinham pra acompanhar.
 E no silêncio da noite que estava a pairar,
 o sabiá e a Lua seguiam a ninar.
Até que o sabiá, num último tom,
 fez sua canção virar doce som.
 Fechou os olhinhos, num ramo a se enroscar,
 e a Lua sorriu, pronta pra descansar.
Boa noite, criança, é hora também,
 de fechar os olhos, descansar muito bem.
 Sonhar com a Lua, sonhar com o sabiá,
 que cantam baixinho: “dorme devagar…”
