🌙 O Bicho-Preguiça Sonolento
No galho mais alto da árvore encantada,
morava um preguiça de fala arrastada.
Chamava-se Zeca, tranquilo demais,
bocejava cedo e dormia em paz.
— Dormir é bom — dizia a sorrir —,
sonhar com nuvens, com o mar e o porvir.
Enquanto os bichinhos corriam sem parar,
Zeca só pensava em cochilar.
As folhas dançavam com o vento leve,
o sol se despedia, o céu ficava breve.
Zeca se espreguiçava com tanta lentidão,
que até as borboletas batiam o pé no chão.
— Por que dorme tanto? — perguntou o macaco.
— Porque o mundo é lindo… até quando está opaco.
Nos sonhos, eu vejo o que é bom de viver:
flores que cantam, rios a correr…
A tartaruguinha quis logo tentar,
deitou-se na grama, começou a bocejar.
O passarinho pousou e também sossegou,
e uma rede de sono o bosque formou.
Zeca sorriu, fechou os olhinhos,
sentiu-se envolvido por doces carinhos.
O vento contava segredos no ar,
histórias que só quem dorme pode escutar.
As estrelas piscavam lá no céu azul,
e um vaga-lume fez da noite um véu de tul.
Tudo ficou calmo, quietinho, sereno,
um mundo de sonhos, bonito e ameno.
Se você também quer sonhar devagar,
respire bem fundo, comece a bocejar.
Feche os olhinhos, sem medo ou pressa,
o sono é um presente — ninguém o acessa.
Agora, shhh… o Zeca já foi,
no mundo dos sonhos ele já se repôs.
Vamos juntos com ele passear,
num céu de algodão, só descansar.